Entrevista - Marta Cunha

11:03:00

Hey Pessoal, mais uma parceria maravilhosa. Agora com essa escritora fantástica. Marta Cunha está lançando seu primeiro livro no final do mês que vem. Com a tiragem toda vendida a pronta entrega já. 

1 - Como foi escrever seu livro de estreia? Por ser um livro baseado na sua vida, qual foi as dificuldades encontradas para escreve-lo?
Foi um desabafo. Como escrever um diário, mas sem se importar se as pessoas vão ler, ou o que vão achar. Demorei 1 ano para escrever, fiquei 2 anos pensando se publicava ou não. Tive vários momentos de emoção enquanto escrevia, muitas vezes até tive que parar, porque as lágrimas embaçavam a visão e atrapalhava a escrita. Depois de finalizado e quando decidi publicar, foi porque gostei do resultado e percebi o quanto as minhas experiências poderiam ajudar as pessoas que são deprimidas, ou têm alguém assim  em seu convívio.

2 - Sua mãe teve participação no processo de criação? O que ela achou quando você disse que iria mostrar ao mundo a história de vocês?
Ela foi a principal incentivadora, ela dizia que eu devia mostrar ao mundo, que é possível salvar alguém da depressão dedicando amor a ela. Durante o processo, enquanto tomávamos o café dela com tapioca, ela me contava as coisas do passado, que aconteceram antes de eu vir ao mundo, me  mostrava o seu diário das décadas de 70 e 80, enfim, a sua ajuda foi fundamental para que eu concluísse esse trabalho.

3 - Já tem algum outro projeto a caminho? Se tiver, me conta um pouquinho sobre ele.
Sim. Tenho um trabalho em andamento que também é  baseado em minhas experiências. Tenho um filho homossexual, e como a maioria, é vítima de preconceito, mas no livro o meu foco é  mais sobre os pais...que também sofrem com o sofrimento dos filhos nesta situação.

4 - Como seu filho reagiu sobre esse próximo livro??
Ele está com muito medo. tem receio do que eu vou contar, porque quer me proteger da sociedade machista e preconceituosa. Pediu pra ler antes de eu mandar publicar.

5 - O que a senhora acha sobre essa nova ligação "literatura versus internet"? Com os blogs literários, resenhas, youtubers, qual é a importância para a literatura?
Acho que a Internet pode contribuir muito com a divulgação do trabalho, dos escritores brasileiros.  Já que não recebemos muito incentivo do poder público, nem das empresas privadas (pelo menos no meu caso!)  Ainda há um preconceito muito grande em relação a esse tipo de Literatura.  Estou quebrando um paradigma. Graças a Deus existem pessoas como vocês (bloggers, youtubers,etc) que gostam de falar sobre tudo e nos ajudam a lançar as nossas ideias mundo afora. 

6 - A depressão não é um tema comercial, mas a primeira tiragem do seu livro já está praticamente toda vendida, isso te surpreendeu? Por ser um tema que muita gente tem preconceito, como você lida com isso?
Não me surpreendi ainda, mesmo porque a primeira edição não são tantos livros assim.  Mas eu acredito no sucesso dele, e que pediremos muitas edições ainda, por causa do grande número de pessoas, que desejam de alguma forma compreender o tema, conhecendo outras experiências, buscando ajuda  para si ou para alguém que conhece. O tema "auto-ajuda"  sofre preconceito no Brasil porque as pessoas querem tapar o sol com a peneira. Alguns doutores e mestres da literatura brasileira devem compreender é que até um livro de história pode ser um livro de auto-ajuda, que salva uma pessoa das trevas da ignorância. Na Europa e Estados Unidos é muito comum às pessoas buscarem (e conseguirem!) ajuda com estes livros, e pra eles o hábito da leitura já faz parte da cultura. Aqui no Brasil é mais difícil, porque temos que ensinar nossos filhos a terem esse  hábito. Mas as crianças aprendem pelo exemplo, se os pais não leem dificilmente os filhos o farão.

7 - A sua vontade de ser escritora vem desde quando? Quando era menor, já era apaixonada pela literatura?
Desde a minha adolescência (entre 15 e 19 anos) eu já rabiscava alguns versos. Tentava escrever poemas e poesias...também mantinha Diários secretos (risos), hábito que herdei da minha mãe, pelo visto.
Eu aprendi a gostar de ler com algumas tias. Eu vivia na casa da minha avó, e essas tias tinham uma estante repleta de livros, que eu roubava pra ler. Quer dizer pegava emprestado e às vezes esquecia de devolver. (risos)
Mas a minha primeira leitura por prazer foi a Turma da Mônica, gibis que pegava emprestados da minha tia Cecília.

8 - (risos) Toda criança que ama ler já fez isso algum dia. Quais foram suas maiores influencias?
Bem, na infância foi Mauricio de Souza (Turma da Mônica) depois vieram os contos de Fadas, Romances Picantes na adolescência,..não lembro o nome dos autores. Mas  depois, " As Brumas de Avalon, do  Autor, Marion Zimmer, O Rei Arthur Thomas Malory, Shakespeare...
São muitos, já que li mais de 600 livros até agora,
é difícil nomear todos...
Mas a minha principal leitura de hoje é do Filósofo Japonês Masaharu Taniguchi, o  meu livro preferido dele é  A Verdade da Vida (40 volumes) Estou no 8º  ainda.

9 - A depressão afetou como na sua vida? A senhora escreveu o livro depois de já estar curada ou durante o processo? Como a senhora cresceu depois desses episodios em sua vida?
Nossa, conto tudo no livro Lore...vai estragar a surpresa. (risos) Mas sim, eu já estava curada há uns 3 anos da "bendita" doença da alma. Eu cresci muito respeitando mais essa anomalia, como doença mesmo. Aprendi a compreender melhor a minha mãe, e  a julgá-la menos, já que ela foi a primeira a ser afetada de nós duas.

10 - O que as pessoas podem esperar do seu livro? É uma escrita fácil? Abrange quais leitores?
Não posso calcular às expectativas das pessoas, porque são variadas, dependendo da sua bagagem de vida. E sim, considero a minha escrita fácil. Prefiro escrever de maneira simples, para alcançar os mais diversos tipos de leitores. Não escrevo especificamente  para doutores, nem para os mestres da Literatura, mas desejo que todas as pessoas me compreendam, ou pelo menos tentem fazer isso.           Estou aberta à críticas, desde que tenham algum fundamento, e não baseada em "achismos". O meu maior desejo é que pessoas entre sete e cem anos, compreendam a mensagem que está neste livro. Que a leitura dele lhes sirva para aprender alguma coisa, mesmo que seja  um pouco, mas que tenha sido útil e valido à pena perder um pouco do seu tempo, conhecendo parte da nossa história e de como enfrentamos a Depressão.

11 - Bom, como eu já li o livro deixo uma mensagem aqui. "Minha mãe, eu e a depressão" me surpreendeu muito, esperava algo pesado e chato. Mas a leitura é envolvente e é muito diferente do que estamos acostumados em livros de "auto-ajuda". Deixa algum recado para os leitores Marta.
Muito obrigada pela oportunidade de falar sobre o nosso livro!
Agradeço a atenção de todos que estiveram aqui, lendo esta entrevista e espero vê-los pessoalmente, em breve, no lançamento do livro que autografarei para vocês. O lançamento está previsto para o fim de setembro. Mais informações nos procure! Gratidão!

Beijinhos Liteirários da Lore
Ficou interessado? Entre em contato com a Equipe da escritora pelo E-mail 
escritoramartacunha@gmail.com

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